quarta-feira, 6 de julho de 2011

Gratidão

Todos os sons enfáticos se calaram
a escutar o pulsar
do silêncio

todas as águas cantaram
o nascer das coisas vivas
e escoaram

todas as casas se inundaram
de luar nas noites fustigadas
de mansidão

todas as gentes recolheram
seus prantos de ausências
e se doaram

todas as árvores
as vozes da terra
o falar dos animais
as águas em curso
as manhãs solarengas
as noites estreladas

se quietaram
e em meditação
agradeceram mais um dia




















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