Os teus lábios não são amargos
são cingidos na dor
e no prazer
abrem-se vulneráveis
ao arrepio
da pele estendida à vida
guardam-se
para as noites acertadas
com os sonhos e as profecias
fecham-se por vezes
cansados de tanta lida
mas nunca são amargos
são capazes de deixar passar um grito
das entranhas até ao infinito
entreabrem-se em cuidados
vindos da alma
uma aragem passa por eles
serena
e é por isso que acalmam
as crianças
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