domingo, 8 de maio de 2011

O pouso do nómada

as ruas
na carne se extinguem
os condomínios
na pele se alojam
salivas e fluidos ribeiram
até ao rio
de espasmo
que molha o fim do desejo

o sexo
não tem outra morada
que a do próprio corpo
o meu - solitário prazer
o meu com o teu - erótico encontro

mas o amor
constantemente (re)inventa
a sua morada
na alma humana habita
é sem-abrigo
sob um céu estrelado
ou banco de jardim
o seu lar procura
e o edifica
na alma sustenta
todo o peso do corpo

o amor que habita a alma
inscreve no corpo o seu devir
e o sexo que habita livre o corpo
amarra a alma ao seu sentir

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