domingo, 22 de maio de 2011

Africando

Os dongos descendo o rio
embalando as almas
numa saudade doce
e dolente

os sons da noite ritmando
o balançar dos corpos
cadentes numa batida sensual
de zouk e semba ou kizomba

negra a noite engoliu
dentro dela o travo
amargo e doce da origem
de tudo
o que é presente
e ausente
o que retorna
e as rubras acácias
no útero da memória
projectam alamedas no amanhã

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