Quando a dor
encontra um lar
onde não se fabricam engodos
- a impostura da alma para a ilusão
à revelia das suas cicatrizes -
separamos aquilo que é efémero
daquilo que permanece
a mordida da serpente
as portas do céu que se abrem
para o inesperado trovão
de repente
há que fazer uma escolha radical
ou talvez (ainda) não
onde moram as aves
e o movimento que as habita
sossega o meu coração
ondem dormem os gatos
e os seus corpos se espreguiçam
firmarei o meu chão
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