Outrora guardava-te nos porões
onde habitam os medos mais profundos
e nos palácios onde se adornam as ilusões
hoje eu liberto-te ao vento incerto
ao mar que te revolve e num trago te afunda
para que voltes sempre novo
e me acordes
das sombras dessas casas antigas
que espreitam escondidas
hoje tu não és meu e a mim regressas
e cada noite nossa é sempre única
porque trazes contigo o luar
e as coisas que só vejo com o teu olhar
e eu que amo o silêncio e que sei
ser só meu onde tremo e amadureço
amo também o céu aberto que te dei
e o rumor do vento que te peço
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