O sol já está poente
e o livro das sombras
escreve-se de mistérios
uma menina brinca
com a deusa do tempo
antes de amanhecer mulher
feiticeira
a que não teme
o que se esconde atrás dos véus
no altar de todas as noites
há macãs que reluzem na espera
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
sábado, 22 de outubro de 2011
Mãos sombras na luz
mãos que recortam na luz
sombras
abriram-se em asas
criaram voos paralelos
o amor sobrou para elas
projectou pássaros nas casas
onde o sol seduz
e esperou que refizessem tudo
sombras
abriram-se em asas
criaram voos paralelos
o amor sobrou para elas
projectou pássaros nas casas
onde o sol seduz
e esperou que refizessem tudo
terça-feira, 18 de outubro de 2011
sábado, 15 de outubro de 2011
Cumplicidades
Vamos vaguear
por todos os sons aprendidos
e vamos
desfazer
os mal-entendidos
vamos prender os silêncios
os meus e os teus
e vamos
libertar as palavras
que acolhem
os sentidos
do nosso olhar
por todos os sons aprendidos
e vamos
desfazer
os mal-entendidos
vamos prender os silêncios
os meus e os teus
e vamos
libertar as palavras
que acolhem
os sentidos
do nosso olhar
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Instinto
Às voltas ao redor da passagem
uivam os lobos quando a lua se comove
com as ânsias dos homens
às voltas quando se enfrenta a passagem
na flagrante sombra da noite
choram os lobos quando de repente chove
e os homens às voltas de uma miragem
lavam na chuva o sangue e a fome
que se consome na passagem
uivam os lobos quando a lua se comove
com as ânsias dos homens
às voltas quando se enfrenta a passagem
na flagrante sombra da noite
choram os lobos quando de repente chove
e os homens às voltas de uma miragem
lavam na chuva o sangue e a fome
que se consome na passagem
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Transbordo em rios e mil histórias de encantar
Transbordo em rios
que desaguam lentos no mar
os meus sonhos
são como bálsamos em jardins secretos
que esperam por mim
sigo a árdua jornada que no fim
me devolve tesouros náufragos
e mil histórias de encantar
que desaguam lentos no mar
os meus sonhos
são como bálsamos em jardins secretos
que esperam por mim
sigo a árdua jornada que no fim
me devolve tesouros náufragos
e mil histórias de encantar
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Noite parida de luz
Pela meia-noite
deitam-se os cansaços
e demoram-se as insónias
quando me entrego ao negro abraço da noite
e a solidão mais fértil que existe
é minha parceira nas horas
ternas e paridas de luz
deitam-se os cansaços
e demoram-se as insónias
quando me entrego ao negro abraço da noite
e a solidão mais fértil que existe
é minha parceira nas horas
ternas e paridas de luz
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Quero uma palavra-rosa de assis
Quero uma palavra franciscana
que me calce a vida com as sandálias
despojadas do santo de assis
uma palavra que me saiba ao trago do vinho
das rosas que sangram dos seus espinhos
antes de amaciarem a alma com odor divino
que me calce a vida com as sandálias
despojadas do santo de assis
uma palavra que me saiba ao trago do vinho
das rosas que sangram dos seus espinhos
antes de amaciarem a alma com odor divino
domingo, 2 de outubro de 2011
Tu não és meu e a mim regressas
Outrora guardava-te nos porões
onde habitam os medos mais profundos
e nos palácios onde se adornam as ilusões
hoje eu liberto-te ao vento incerto
ao mar que te revolve e num trago te afunda
para que voltes sempre novo
e me acordes
das sombras dessas casas antigas
que espreitam escondidas
hoje tu não és meu e a mim regressas
e cada noite nossa é sempre única
porque trazes contigo o luar
e as coisas que só vejo com o teu olhar
e eu que amo o silêncio e que sei
ser só meu onde tremo e amadureço
amo também o céu aberto que te dei
e o rumor do vento que te peço
onde habitam os medos mais profundos
e nos palácios onde se adornam as ilusões
hoje eu liberto-te ao vento incerto
ao mar que te revolve e num trago te afunda
para que voltes sempre novo
e me acordes
das sombras dessas casas antigas
que espreitam escondidas
hoje tu não és meu e a mim regressas
e cada noite nossa é sempre única
porque trazes contigo o luar
e as coisas que só vejo com o teu olhar
e eu que amo o silêncio e que sei
ser só meu onde tremo e amadureço
amo também o céu aberto que te dei
e o rumor do vento que te peço
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