quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Máscara africana

Sonhei
que a saudade se soltava
largada a um sono retardado
de anos e anos embalado
em laivos de histórias que teimava
nunca varrer de mim

então falei
com os lábios molhados
de cacimbo
e cantei
os sons da chuva no capim

só para ouvir
de novo ressoar
no silêncio da noite sem luar
um gemido vestido de capulana
a saudade cantada num rosto negro
de máscara africana

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