Num dia de mágoas cinzentas
o meu peito derramou
um doce leite invernal
e eu
ofereci o sal
daquelas imensas jazidas
onde nos tinhamos aliado
de verbo e sangue
lágrimas correram para ti
e cristais de sal marinho
segredaram ao teu ouvido
lembranças de um mar esqueçido
então
tu a mim voltaste
e com pão e sal me presenteaste
disseste
«entre nós
não há alimento sem tempero
nem amor sem aliança
tu e eu somos como
salinas de suor
eu me confio a ti
e tu te confias a mim
em carne
e palavras»
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