sábado, 8 de janeiro de 2011

Ofereci o Sal

 Num dia de mágoas cinzentas
 o meu peito derramou
 um doce leite invernal
 e eu
 ofereci o sal
 daquelas imensas jazidas
 onde nos tinhamos aliado
 de verbo e sangue

 lágrimas correram para ti
 e cristais de sal marinho
 segredaram ao teu ouvido
 lembranças de um mar esqueçido

 então
 tu a mim voltaste
 e com pão e sal me presenteaste
 disseste
«entre nós
 não há alimento sem tempero
 nem amor sem aliança
 tu e eu somos como
 salinas de suor
 eu me confio a ti
 e tu te confias a mim
 em carne
 e palavras»
   

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