domingo, 30 de agosto de 2015
Veranil
Atravessar o espanto da noite
esperar o gesto revelado
na madrugada
um esboço do dia
guardar sob a pele
o orvalho matinal
que pende do alpendre
da casa no verão
já na languidez das tardes
o estalar das flores
faz crescer a distância
até ao anoitecer
o poema preenche-se de mar
de sal nas rotas do sol
preenche-se com os campos de uvas
o cantar das cigarras
os aposentos do luar
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
O muro
O muro tem os seus homens
disseram os meninos
vamos vê-los ao crepúsculo
nos recônditos das insónias
vamos espantá-los
das incontáveis margens
em que se despencam
os seus sonhos vencidos
sábado, 1 de agosto de 2015
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