Havia uma saudade que era lembrança e nostalgia havia um rio de volta com barcos abandonados na distância do dia e porque a noite ia fixando outros sentidos entre a foz e o mar havia esta vontade que eu tinha de ouvir o que o tempo dizia: abre a tua verdade à história não tenhas medo de recomeçar! agora eu sei porque o impossível nunca mais chorou na minha memória
Não o que me falta mas o que me procura o que não me vem do sangue mas da alma uma espada que corta uma visão segura: é hora de rasgar o ventre deixar passar entre o susto uma criança e no seu terror dos vivos dar-lhe mais do amor uma cama para as feridas e asas por entre as sombras para o que for
Ouvi-te por dentro ó noite morosa entre o vazio trazias a face do Outro dizias o som do Infinito perdi-me entre o que nos separa - essa noite nascida do nada e que entre nós é tudo